O primeiro teste foi feito pelo próprio prefeito da cidade e o resultado foi animador: os peixes se reproduziram e, em 120 dias, foram pescados, da sacada da varada da casa onde ele mora, exemplares adultos de tilápias com mais de 500g de peso. Agora, o mesmo modelo será utilizado no curso dos dois rios que cortam o perímetro urbano para devolver a vida aos mananciais.
O exemplo vem de Barra de São Francisco, cidade do Noroeste
capixaba que se tornou mundialmente conhecida como o maior produtor de granito
do País. E é justamente a parte não aproveitada dos blocos dessa rocha que está
sendo utilizada para fazer pequenas pontes e, agora, para fazer represamentos
parciais ao longo do leito dos rios para servir de berçário e criadouro de
peixes.
A experiência de pescar da varanda foi vivenciada pelo
subsecretário de Estado da Agricultura, Rodrigo Vaccari, em visita ao prefeito
Enivaldo dos Anjos, que foi quem teve a ideia quando determinou, nos primeiros
dias de seu governo, a limpeza geral da calha dos dois rios que cortam a cidade
– o Itaúnas e o São Francisco. Nos fundos da casa onde ele mora, no bairro Vila
Landinha, passa o Itaúnas. Logo depois de uma represa de captação de água para
tratamento ele mandou colocar pedaços de blocos de granito e criar uma retenção
na água.
“Por lembrança dos tempos de menino eu tomei essa iniciativa
ao ver o rio morrendo. Me lembrei que nos locais onde a água era represada
formavam-se pequenos poços e os peixes faziam tocas para procriar na parede dos
rios. A gente aqui chama de loca. E foi isso que aconteceu. As tilápias
apareceram e começaram a se reproduzir. A gente joga ração a partir da varanda
e elas se juntam”, disse o prefeito.
“Nós vamos acabar com o pouco que ainda existe de esgoto
atirado nos rios (a Cesan, companhia de saneamento que explora o serviço no
município, informa que falta somente 11% das casas da cidade para se ligarem na
rede de captação de esgoto encamihado para a estação de tratamento) e vamos
criar essas pequenas represas. Isso vai servir também para conter a velocidade
da água e permitir o depósito de sedimentos e desenvolvimento de plantas
aquáticas que alimentam os peixes. Se necessário, vamos soltar alevinos para
acelerar o processo”, disse Enivaldo.
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